sábado, 7 de maio de 2016

Ziraldo Alves Pinto

Ziraldo Alves Pinto (Caratinga24 de outubro de 1932) é um cartunistachargistapintordramaturgo,caricaturistaescritorcronistadesenhistahumoristacolunista e jornalista brasileiro. É o criador de personagens famosos, como o Menino Maluquinho, e é, atualmente, um dos mais conhecidos e aclamados escritores infantis do Brasil.[1] Ziraldo é pai da cineasta Daniela Thomas e do compositor Antonio Pinto.

Infância[editar | editar código-fonte]

Ziraldo Alves Pinto passou toda a infância em Caratinga. É irmão do também desenhista, cartunista, jornalista e escritor Zélio Alves Pinto e também de Ziralzi Alves Pinto, seu grande irmão. Estudou dois anos no Rio de Janeiroe voltou a Caratinga, tendo concluído o módulo científico (atual ensino médio). Formou-se em Direito pelaUniversidade Federal de Minas Gerais em 1957.[1] Seu talento no desenho já se manifestava desde essa época, tendo publicado um desenho no jornal Folha de Minas com apenas 6 anos de idade. Ziraldo começou a falar com 3 a 4 anos.

Carreira[editar | editar código-fonte]

Caricatura de Ziraldo.
Começou a trabalhar no jornal Folha da Manhã (atual Folha de S.Paulo), em 1954, com uma coluna dedicada ao humor. Ganhou notoriedade nacional ao se estabelecer na revista O Cruzeiro em 1957 e posteriormente no Jornal do Brasil, em 1963. Seus personagens (entre eles Jeremias, o Bom; a Supermãe e o Mirinho) conquistaram os leitores.
Em 1960 lançou a primeira revista em quadrinhos brasileira feita por um só autor,Turma do Pererê, que também foi a primeira história em quadrinhos a cores totalmente produzida no Brasil.[1] Embora tenha alcançado uma das maiores tiragens da época, Turma do Pererê foi cancelada em 1964, logo após o início doregime militar no Brasil. Nos anos 70, a Editora Abril relançou a revista, desta vez, porém, sem o sucesso inicial.
Em 1960 recebeu o "Nobel" Internacional de Humor no 32º Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas e também o prêmio Merghantealler, principal premiação da imprensa livre da América Latina.
Foi fundador e posteriormente diretor do periódico O Pasquimtabloide de oposição ao regime militar, uma das prováveis razões de sua prisão, ocorrida um dia após a promulgação do AI-5.
Em 1980, lançou o livro "O Menino Maluquinho",[1] seu maior sucesso editorial, o qual foi mais tarde adaptado na televisão e no cinema.
Incansável, Ziraldo ainda hoje colabora em diversas publicações, e está sempre envolvido em novas iniciativas. Uma das mais recentes foi a "Revista Bundas", uma publicação de humor sobre o cotidiano que faz uma brincadeira com a revista "Caras", esta, voltada para o dia a dia de festas e ostentação da elite brasileira. Ziraldo foi também o fundador da revista "A Palavra" em 1999.
Ilustrações de Ziraldo já figuraram em publicações internacionais como as revistas "Private Eye" da Inglaterra, "Plexus" da França e "Mad", dos Estados Unidos.
Desde o ano de 2000 participa da "Oficina do Texto", maior iniciativa de coautoria de livros do Mundo, Criada por Samuel Ferrari Lago então diretor do Portal Educacional, onde já ilustrou histórias que ganharam textos de alunos de escolas do Brasil todo, totalizando aproximadamente 1 milhão de diferentes obras editadas em coautoria com igual número de crianças.

Controvérsias[editar | editar código-fonte]

Em 5 de abril de 2008, Ziraldo — e mais vinte jornalistas que foram perseguidos durante os anos de chumbo — teve seu processo de anistia aprovado pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, e foi indenizado em mais de 1 milhão de reais, além de receber uma pensão vitalícia de cerca de 4,3 mil reais. [2] Ele e o cartunista Jaguar receberam as maiores indenizações.[3] À época, Ziraldo afirmou que "o Brasil lhe devia" tal indenização, declarando: "Eu quero que morra quem está me criticando. Porque é tudo cagão e não botou o dedo na seringa. Enquanto eu estava xingando o Figueiredo e fazendo charge contra todo mundo, eles estavam servindo à ditadura e tomando cafezinho com o Golbery. Então, qualquer crítica que se fizer em relação ao que está acontecendo conosco eu estou me lixando".[2] O episódio foi comentado por seu antigo colega Millôr Fernandes, que se negou a exigir indenização, questionando: "Quer dizer que aquilo não era ideologia, era investimento?".[4]
Em 31 de março de 2011, Ziraldo, seu irmão Zélio Alves Pinto e mais 9 pessoas foram condenados por improbidade administrativa na realização, em 2003, do primeiro Festival Internacional do Humor Gráfico das Cataratas do Iguaçu (Festhumor) e no “Fantur - Iguaçu dê uma volta por aqui”, em ação movida em 2006 pelo Ministério Público Federal. A ação relata que o dinheiro público municipal e federal foi mal utilizado porque, segundo a sentença, para o primeiro Festhumor, houve contratações sem licitação e pagamentos em duplicidade, que corresponde a remuneração dupla pelo serviço prestado uma vez. O processo relata ainda desvio de verba no Fantur, que foi uma ação promovida pela Secretaria de Turismo de Foz do Iguaçu para levar jornalistas e cartunistas para cidade, com todas as despesas custeadas pela prefeitura. Além disso, Ziraldo registrou indevidamente a marca do festival em seu nome no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), contrariando o edital (que previa a cessão perpétua do desenho), e caracterizando assim a intenção de utilizar a marca comercialmente. Em 24 de novembro de 2011, a pena de Ziraldo foi fixada em dois anos, dois meses e 20 dias de reclusão, além do pagamento de multa de cerca de 87,3 mil reais. O juiz substituiu a prisão por prestação de serviço à comunidade ou entidades públicas, e o pagamento de um salário mínimo mensal pelo mesmo período da pena. Ziraldo e os demais réus podem recorrer da decisão.[5] [6] [7]

Declaração sobre homossexuais[editar | editar código-fonte]

Em uma entrevista dada em maio de 2015 ao site Hoje em Dia, hospedado pelo portal R7, Ziraldo fez uma série de declarações consideradas homofóbicas. Ele disse que "aceitar a homossexualidade em Ipanema é uma coisa", mas "aceitar a homossexualidade em Caratinga é outra". Ele também criticou a Rede Globo por abordar os relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo na novela Babilônia ao dizer: "O problema da homossexualidade é que ela está hiperdimensionada. A TV Globo acha que está fazendo um grande serviço ao ‘modus vivendi’, ao dar chance aos homossexuais de assumirem a sexualidade deles". Além disso, Ziraldo também atacou a atriz Fernanda Montenegro, dizendo que ela "não tem direito de fazer apologia do afeto homossexual". "Grandes fãs dela estão estarrecidos com isso. E mesmo que ela estivesse pensando em ajudar as mães dos homossexuais... Mas qual é a porcentagem de mães de homossexuais?", afirmou. Ele ainda fez uma comparação com a obra Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa (1908-1967) ao alegar que o escritor "não teve coragem de fazer Riobaldo assumir a homossexualidade dele" e que "inventou que Diadorim era uma mulher vestida de homem", concluindo que manter a sexualidade dos homossexuais escondida seria "uma coisa mineira".[8]

Prêmios[editar | editar código-fonte]

Ziraldo concedendo autógrafos de seus livros na 20º Bienal do Livro de São Paulo que aconteceu em 2008 no Complexo do Anhembi na cidade de São Paulo
AnoPremiaçãoCategoriaTrabalho de DestaqueResultado
1969Nobel Internacional do HumorVenceu
Prêmio MerghanteallerVenceu
1980Prêmio Jabuti de LiteraturaInfantilO Menino MaluquinhoVenceu
2004Prêmio Hans Christian AndersenFlictsVenceu
2005Ordem do Mérito CulturalAgraciamento anualVenceu
2008Prêmio Ibero-Americano de Humor GráficoVenceu
2012Prêmio Jabuti de LiteraturaInfantilOs Meninos do EspaçoIndicado

Obras e criações[editar | editar código-fonte]

Nenhum comentário:

Postar um comentário